03 março 2020

[Resenha 2] O Silmarillion - J. R. R. Tolkien - Ed. Harper Collins Brasil

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Resumo


     O Silmarillion é um relato dos Dias Antigos da Primeira Era do mundo criado por J.R.R. Tolkien. É a primeira história longínqua para a qual os personagens de O Senhor dos Anéis e O Hobbit olham para trás, e em cujos eventos alguns deles, como Elrond e Galadriel, tomaram parte. Os contos de O Silmarillion se passam em uma época em que Morgoth, O Primeiro Senhor Sombrio, habitava a Terra-média, e os Altos-Elfos guerreavam contra ele pela recuperação das Silmarils, as jóias que continham a pura luz de Valinor. O livro começa com O Ainulindale, o mito da criação do Universo, seguido pelo Valaquenta, onde estão descritas a natureza e os poderes de cada um dos deuses. O Akallâbeth narra o apogeu e a queda do reino da grande ilha de Númenor no final da Segunda Era e Dos Anéis de Poder, fala dos grandes eventos no final da Terceira Era, como narrado em O Senhor dos Anéis.


Resenha
     Achei a última história tão deliciosa que não me contive até acabar de ler. Esta, Dos Anéis do Poder e da Terceira Era, relata exatamente isso, a origem dos Anéis do poder e o fim da Terceira Era, o que acaba por se traduzir numa introdução e num pequeno resumo à trilogia O Senhor dos Anéis. Gostei de conhecer um pouco mais da história de Gandalf e do contexto em que este começa a fazer parte da história. Confesso que me agitei quando li um diálogo entre Gandalf e Elrond, um dos primeiros a abrir o filme A Irmandade do Anel, pois senti a ligação com o filme e a trilogia, para além de achar as palavras de Gandalf inteligentíssimas.
     Fazendo a minha resenha do livro, posso dizer que nele nos é narrada a história de Arda desde a sua origem (ou até antes dela) até a passagem para a Terceira Era, a mesma que nos é retratada em O Senhor dos Anéis. A descrição de todos os fatos é um sopro de genial realismo que nos transporta para a ação e nos faz crer, tal como crianças, que tudo aquilo é verdadeiro.
     Nada escapa ao autor e por isso é possível visualizar um mundo completo e profundo, repleto de magia em cada rio, a transpirar paz em cada estrela, com uma alma em cada floresta, mas também com grandes demônios em cada sombra. Neste mundo o tempo não para, e quanto mais perfeitos os seres se vão tornando, mais próximos ficam da imperfeição e destruição.
     Tudo é imensamente intenso na história, seja um amor ou uma maldição, uma guerra ou um laço de sangue, e não há tempo que pague estas marcas, pois o próprio mundo muda e se adapta com a ira dos deuses ou a força das guerras.
     É uma história completa mas que pede, no entanto, para ser continuada nas seguintes obras do autor. Foi o primeiro livro de Tolkien que li, no entanto é já um dos que mais me tocou, não pelo sentimentalismo que tem, mas pela força e profundidade das palavras.
     Mais uma vez recomendo a leitura deste livro, não só aos amantes do fantástico ou já leitores de Tolkien, mas a todos quantos estejam interessados a ser marcados por este mundo, pois tal como dizia um certo crítico "a leitura encontra-se dividida em duas partes: a daqueles que já leram O Senhor dos Anéis e aquelas que vão ler", mas podemos considerar que esta máxima se entende a outras obras do mestre como O Silmarillion.
     Um livro fantástico!


     Sir John Ronald Reuel Tolkien foi um escritor, professor universitário e filólogo britânico. Tolkien nasceu na África do Sul e aos três anos de idade, com sua mãe e irmão, passou a viver na Inglaterra, terra natal de seus pais. Desde pequeno fascinado pelo linguística, cursou a faculdade de Letras em Exeter. Lutou na Primeira Guerra Mundial, onde começou a escrever os primeiros rascunhos do que se tornaria o seu "mundo secundário" complexo e cheio de vida, denominado Arda, palco das mundialmente famosas obras, O Hobbit, O Senhor dos Anéis e O Silmarillion, Esta última, sua maior paixão, que, postumamente publicada, é considerada sua principal obras, embora não a mais famosa.
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01 março 2020

[Resenha 1] Um Amor Escandaloso - Patricia Cabot - Ed. Record

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Resumo

    Quando a bela Kate Mayhew é contratada como dama de companhia de Isabel, filha de Burke Traherne, o Marquês de Wingate, ele se vê numa situação complicada.
      Por um lado, ele tem consciência de que a Srta. Mayhew é exatamente o que a jovem precisa, pois ela parece ter herdado seu gênio irascível e já conquista uma fama pouco desejada em sua primeira temporada na sociedade londrina. No entanto, ao admitir a Srta. Mayhew em sua casa, o Marquês é obrigado a administrar a atração que sente pela moça. O grande inconveniente é que o cargo que ela ocupa a impede de se tornar uma de suas amantes. E Burke vive sob o juramento de nunca mais se casar, depois de ter flagrado a ex-esposa num ato de traição.
    Já a Srta. Mayhew tem os próprios problemas: o fato de não conseguir parar de pensar em um homem pelo qual jurou nunca se apaixonar, além de um escândalo do passado que ela não poderá manter em segredo para sempre.
    Ousará a bela moça lutar contra seus desejos e os fantasmas que parecem perseguí-la? O homem que frequenta seus sonhos mais despudorados e o que habita seus piores pesadelos se aproximam cada vez mais, e a Srta. Mayhew não sabe por quanto tempo ainda conseguirá suportar.


Resenha

     Parece que toda vez que leio um romance bem humorado, acabo estremecendo ao invés de rir. Tantos romances contam com personagens desajeitados e situações dolorosamente forçadas para criar humor. Felizmente em Um Amor Escandaloso, Patricia Cabot evita esses estratagemas. Seu humor vem de seus personagens e das reações das situações que ocorrem a seu redor. Por exemplo, a cena em que Kate acidentalmente vê Burke nu, é uma piada. Ri demais.
     Kate Mayhew costumava fazer parte da sociedade londrina, até seus pais morrerem após um escândalo e em circunstâncias misteriosas. Agora, a melhor coisa que ela pode fazer é trabalhar como governanta, até que o notório Burke Traherne, Marquês de Wingate a contrata para ser a dama de companhia de sua rebelde filha, Isabel.
     Com a ajuda de Kate, Isabel se torna apresentável e quase gerenciável. No entanto, o escândalo ameaça novamente quando a jovem insiste em receber atenções de um pretendente inaceitável. Enquanto isso, Daniel Craven, uma figura ligada ao passado de Kate, surte para assustá-la. Como se todas essas situações não fossem o suficientes, Kate e Burke se sentem atraídos.
     Kate é uma dama de companhia formidável, no entanto, certos aspectos de seu passado deixam a desejar. Para se tornar uma personagem mais interessante ela teria se tornado mais crível se tivesse compartilhado seu passado com Burke assim que Daniel Craven decidiu reaparecer. E além disso, sua reação ao vê-lo não faz tanto sentido quando descobrimos suas suspeitas.
     Burke inicia como um lorde inglês insuportável, humoristicamente insuportável, é claro. Ele é mal humorado e propenso a atirar coisas, quebrar vitrais em acessos de fúria. Um perfeito alfa, um alfa engraçado no meu ponto de vista. Mas depois que o conhecemos bem, percebemos que tudo o que ele realmente quer é paz e sossego.
     Apesar de tudo, Kate e Burke formam um belo casal. Ambos feridos por escândalos, embora reajam de formas muitos diferentes, e isso os torna adequados um ao outro. As vezes formavam suposições um sobre o outro que só atrapalhava o desenrolar do relacionamento. Suas cenas de amos tornam-se quase frequentes perto do fim.
     Isabel consegue ser agradável em certas ocasiões, embora seja insuportável e malcriada as vezes.
     Freddy, o amigo de Kate, poderia ter aparecido mais, me pareceu a princípio ser um nobre bobo e mimado, mas em algumas cenas ele se mostrou um bom amigo que não se deixa levar pelas opiniões alheias.
     Patricia Cabot é uma daquelas escritoras que podem usar o ponto de vista com grande vantagem em humor e ironia. Por exemplo, ela mostra acontecimentos diferentes do ponto de vista de Kate e Burke, e permite que a disparidade entre as reações acenda a faísca do humor. Além de manipular nossas reações.
     Embora eu tenha gostado do livro, a história ficou lenta no final. Kate e Burke tinham um objetivo muito importante, mas ficavam parando para dormir juntos. Embora a autora escreva boas cenas de amor, seu excesso se tornou tedioso, especialmente quando o objetivo que perseguiam era muito mais importante que seus próprios desejos. E, além disso, a adição de uma subtrama misteriosa nem sempre combina bem com o tom humorístico do romance. Não ajudou que o mistério realmente não fosse um mistério. Apesar de todas essas falhas, este livro é engraçado, sexy e romântico, e é isso o que importa.
     Se você gosta de livros profundos bem detalhados do período e impacto emocional, este não é o livro para você. Se você gosta de romances engraçados, mas prefere o humor acentuado com uma ou duas frases, provavelmente também não gostará desse livro. No entanto, se você gosta de humor espirituoso, Um Amor Escandaloso pode ser exatamente o que você precisa como redutor de estresse.


Patricia Cabot é pseudônimo de Meg Cabot, autora best-seller do New York Times, com mais de 25 milhões de exemplares vendidos no mundo.
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